terça-feira, 24 de abril de 2012


 Vinte e um de abril é o dia da morte de Tiradentes, morto por lutar pela liberdade. A libertação dos escravos, a liberdade do povo brasileiro. Uma homenagem justa. Ao lembrar sua morte, surge a questão: o que é liberdade? Ou ainda, qual das liberdades é a mais essencial? Tiradentes é iluminista, um seguidor das ideias de Rousseau, por isso busca a liberdade social e espiritual do povo. Contudo, a humanidade ainda precisará de alguns séculos para compreender o significado mais profundo da palavra liberdade e qual a liberdade mais essencial. Eu penso ter aprendido com um amigo espiritual que se identifica como preto-velho. Certa feita, ele perguntou se sabíamos por que ele tinha escolhido reencarnar e enfrentar a escravidão. De fato, não sabia a resposta. Sua resposta é simples e profunda. Disse-nos o motivo: ele queria libertar-se das correntes invisíveis que prendem muito mais do que as pesadas correntes que o prendiam na senzala! Aprendeu a lidar com as correntes de ferro e libertou-se das correntes emocionais que, segundo ele, nós tanto gostamos de nos prender. Para mim, foi uma lição forte e profunda dada com simplicidade e bom humor. Hoje, esse amigo, voa e alto. Vai a outros mundos e admira a grandeza da obra de Deus em profundidade, ele optou ser livre e libertou-se. Para mim, que ainda não alcancei essa liberdade, o lema da inconfidência mineira é um consolo e um estímulo para as lutas tão acerbas contra as correntes invisíveis que ainda me prendem: liberdade ainda que tardia. Libertemo-nos, ainda que o caminho seja longo.
Boa semana.

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